SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 11 - O PESSIMISMO

Aqui está descrita a desventura com quem o impossível se casou;

E o grave prejuízo que sem afeto engravidou a incompetência;

A fraca consciência cujos próprios recursos nunca encontrou;

O êxito que se auto-abdicou por infantilidade ou falta de paciência!

O seu fracasso habita sob as barbas do temerário presumível;

Não recomenda o próprio nível, não se enamora por si mesmo;

Idealiza o seu ensejo pra que somente em sonho seja ele crível;

Tudo que edifica lhe é falível, porque se julga o filho do desprezo!

Seus pés estão capazes, mas se recusam a cruzar a ponte;

Sua sede é apta para a fonte e sua fome quer o pão já desistido;

É potencial sem luz e reprimido, é lágrima regadora da fronte;

Porque desiste do horizonte, do qual recua sem nunca ter ido!

Um sol carente é o olhar de um pessimista;

Existe terra à vista, porém deriva em mar covarde e bravio;

Todo ser humano é força e brio, toda esperança é realista;

Mas numa alma fatalista, até o auge do verão é feito de frio!

“Enquanto o venturoso sobe os montes da história, o pessimista vem atrás, carregando suas malas” (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/01/2009
Código do texto: T1400098
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