MEU DESCANSO

O calor cansa meu corpo e o sono vem sob a brisa fresca da montanha, meus pensamentos encontram conforto e multiplicam-se como gotas de chuva. É a tarde que chega num dia qualquer de verão onde o vento brinca de passear, corre pelas árvores que servem de colunas onde preguiçosamente penduro minha rede e meu corpo. Eis ai um solo fértil para sentir meus versos e enxergar o que o meu coração me mostra. Ambiente propício as viagens do inconsciente que vagueiam solitárias aguardando o momento certo de apresentarem seu lume, um brilho intenso que os amantes costumam chamar de poesia. Eu deito sobre minhas vergonhas, meus amores, minhas dúvidas, estico meus pés como se esticasse meu medo diante do desconhecido, assim é meu descanso diante de um sol verdadeiro, as sombras apenas escondem seu grande vigor, seu dom primeiro de iluminar tantas mentes diante do negro sentido da ignorância e da saga fétida da falta de amor.