SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 14 - O OPORTUNISMO

Há uma raposa espreitando o celeiro e há também quem tente se valer da alma boa;

Sua aproximação nunca é atoa, a sua mão que estende não faz de graça;

Em geral parece boa praça, em trabalhar a própria imagem se aperfeiçoa;

Sua intenção jamais ecoa, para o triunfo do intento que disfarça!

Quer seja pelo bem material ou pela obtenção de algum poder;

Aceita subornar ou se vender, viaja para os fins ignorando os meios;

Destila galanteios e muitas dádivas como armas para corromper;

E o seu prevalecer é meta dominante e que lhe embala os devaneios!

Não há um só lugar que esteja livre ou protegido contra o oportunista;

Esse maquiavélico artista, que é perito no sofisma sedutor;

Fala de paz e de amor, mas tudo que já lhe importou é a conquista;

Um adestrado equilibrista, que só avista o que lhe favorável for!

Mas erra gravemente ao se julgar ator brilhante eternamente;

Pois se depara de repente com suas máscaras subtraídas;

As suas metas pretendidas podem morrer ainda no estágio de semente;

Posto que a ambição que lhe rende é a mesma que lhe prende, sem deixar saídas!

“Sempre se avistam aves de rapina onde houver decomposição e no mínimo dez oportunistas para cada forma de locupletação!” (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/01/2009
Reeditado em 31/01/2009
Código do texto: T1414569
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