SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 15 - O MATERIALISMO

De tanto aprender que é preciso estudar pra ser alguém;

Tornou sua mente um glutão armazém, vendeu seu coração pra ambição;

E apontou sua visão ao que a fortuna alicia e até além;

Perdendo o bem que a vida tem, julgando pouco ter teto e pão!

Não quer doar as suas faculdades para realidades gratuitas;

Quer posses irrestritas, sonha mais alto que os rincões siderais;

Trabalho a mais só por vantagens adicionais, suas metas de aquisição são infinitas;

Enquanto as almas estão contritas, a sua planeja lucros salariais!

Jamais se atém perante os detalhes de sua vivência;

Na sua prole pouco pensa, sequer assiste seus momentos mais marcantes;

Corre em proporções extenuantes, afunda a relação em movediça carência;

Ganho financeiro não dispensa, opta por metas que matam outros instantes!

Correu a vida inteira o alucinante e insaciável materialista;

Perdeu de vista a pobreza de espírito onde há muito sucumbiu;

Não chorou e nem sorriu, nem teve tempo de incluir o viver na sua lista;

Morreu e apodreceu em lápide de ametista, e sua fortuna outra pessoa usufruiu!

“O mundo está mais cheio de ricos miseráveis do que de pobres infelizes” (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/02/2009
Reeditado em 04/02/2009
Código do texto: T1421323
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