SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 19 - A INFÂMIA
Há quem suporte a dor cruel de ser julgado por tudo que nem é;
Como há também o que atira no próprio pé e edifica seu monturo;
Coração obstinado e obscuro, semeia mas do fruto não tem fé;
A má reputação lhe segue onde estiver e de si mesmo é impossível ter orgulho!
O ser infame é objeto dos mais pejorativos adjetivos;
E dá motivos para tal porque são vis suas visíveis ações;
Leque de desonrosas atuações, alma de abjetos predicativos;
Transgride sem considerar os riscos e paga pelas más rotulações!
É triste ver o altar tão desprezível que a sociedade lhe confere;
A torpe conotação lhe fere, porque se aplica aos seus procedimentos;
Não é considerado pelos sentimentos, nem a dignidade lhe concerne;
E mesmo que seu mal se encerre, ainda sofrerá estragos pelos rudimentos!
Do pouco que se tem, a própria honra é dos tesouros mais louváveis;
Pedradas de ignomínia não são saudáveis, a voz da compostura não se trava;
O homem de verdade é ilibado e tem palavra, os seus enredos são notáveis;
E mesmo que seus gestos sejam questionáveis, de seu caráter ninguém fala!
"Acima da hipocrisia que aplaude ou condena se encontra a alma que possui integridade" (Reinaldo Ribeiro)