Sobre a Minha Dúvida Metódica

Ainda hoje de madrugada assistia um filme na TV a cabo que mostrava a dura realidade das incertezas humanas. E, tais incertezas eram diversas, vastas, amplas. Porém, uma delas tornou-se mais saliente: A incerteza da Verdade. Então, corri para meus apontamentos diários e fiz uns esboços sobre. Não é preciso muito ensaio para entender por que em dias nossos esse tema sucumbe às pirambeiras da moralidade social. Assim, também foi em idas épocas. Sou uma apaixonada por Sócrates, que se tornou um marco na história da Filosofia,e imagino como ele, tomaria posição em relação às atitudes de uma sociedade hodierna. Digo isso, em virtude sobretudo de, que hoje é muito difícil provocar o desejo de buscar a verdade, pois a mim parece que vivemos, paradoxalmente falando, acreditando nas ciências, nas pesquisas que ora afirmam, ora desafirmam, ora se revelam, ora se escondem... e desacreditamos na bondade e na simplicidade das coisas puras. Bem, isso deve fazer parte de um grande engôdo para que continuemos a vislumbrar uma sociedade melhor. Que seja assim, acreditamos nisso, sem saber se isso é verdadeiro ou não. Aqui me vejo, junto com uma massa pensante, tal como Sócrates, perambulando pelas ruas, praças, sites, documentários, etc., me indagando sobre as coisas,como são e em que idéias acreditamos. Nesse sentido é possível dar um pulo para o pensamento de Descartes, que depois de avaliar tudo o que sabia, concluiu que tudo era duvidoso e incerto. Decide então, rejeitar todos esses conhecimentos e a partir daí selecionar os que se pudessem dar como certos e dignos de confiança. Essa dúvida metódica, um exame crítico de Descartes, deveria ser seguido hoje, ou pelo menos tentado. Mas o que vemos hoje é um emaranhado de opiniões copiadas, sem criatividade intelectual. Uma análise do que falamos, refletiria numa dedução de uma verdade indubitável, desde que sejamos honestos conosco mesmos, a qual poderá ser aceita como ponto de partida para fazermos uma reconstrução de nossos saberes. E, mesmo duvidando do que se passa em minha mente, assim mesmo estou pensando, e me vem a julgo que essa consciência do pensamento surge como a primordial verdade indubitável, alicerçando a posteriori, demais conhecimentos.

Desse modo fico horas a imaginar, e nesse preâmbulo de saber, assisto meus pensamentos como um eterno vir-a-ser, onde muitas coisas acontecem, se formam, criam situações, atmosferas sutís, encantadoras, mas que em virtude da verdade indubitável, nada acontece. Nada de fato,é...

NENINHA ROCHA
Enviado por NENINHA ROCHA em 26/04/2006
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