“VOU-ME EMBORA PRA ...”
Se eu soubesse onde fica Pasárgada, provavelmente, arrumaria minhas malas e me perderia por lá, no entanto, como minha razão insiste em me dizer que talvez este lugar nem exista, resolvi ir embora para outra parte, um pouco ainda mais distante...
Vou-me embora para a lua! Lá não deve ter reis e escravos, verdades e mentiras, amor e ódio, ganância e inveja, enfim, lá não deve ter outras pessoas com suas complicações mais do que complicadas...
Vou-me embora para a lua, porque já descobri o caminho... Será, pois, em uma noite de céu claro e repleto de estrelas, que arrumarei minhas malas, aprontarei meu foguete e me perderei pelo espaço até aterrissar em uma cratera lunar.
E se por acaso alguém aqui da Terra sentir minha falta, por favor, não mande me buscar...
Vou-me embora para a lua...
Obs.: Apenas para constar: este texto é, escandalosamente, inspirado no poema (ou pelo menos no título do poema) “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira.