MORTE

Sobre um chão febril,

sob uma estrela árdua

e um céu azul

sem promessa de chuva,

entre o pó e o cacto,

o charque humano

tentando sobreviver.

Em casebres,

afogados na miséria;

vendo visagem...

Vendo o desenho da morte

já no terreiro,

à porta bater...

A morte, diabo sem jeito...

Precoce, agarra o sujeito e

vai cortando, moendo, em lento prazer...

Suga o riso amarelo e teimoso, já chocho:

a sobra de tolerância, lá do âmago;

um resto de confiança no governo,

no governo e em Deus,

(que... só podem é achar isso muito bonito!),

varrendo do paiol do peito

o sobejo de esperança.

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 07/03/2009
Código do texto: T1473859
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.