Desligar a exatidão

Vou comer alguma fruta

E dizer que a vida é turva

Vou ligar alguma coisa

Desligar a exatidão

Relançar o consciente

Na verdade imprecisão

Do que não sabemos e dizemos

E o queremos e não temos

Se ainda somos nossos sonhos

Ou nos adaptamos ao banal

Quero agora correr cego

Sem um lado ou coisa prévia

Diferente que aparente

Na soluça podridão

Que a vida vai à frente

Acompanho pela televisão

Que isso tudo é palhaçada

E o que vale, vale nada

E o que sei, nada serve

Para alimentar desnutrição

Banquetes servidos a custa do povo

Maquetes das cidades, prédios altos e imponentes

Que escondem as favelas, que enganam os olhares

Servem de refúgio, para as mentes desunidas

Que só vê, o que importa

Para a sua vida se tornar

Mais uma que passa na televisão

E os domingos enclausurados

Esperando a atração

Sou artista, não enganação