Duas Portas

Cada homem de óculos

Tem duas portas

Quem lhe disse isso?

Uma mulher na rua

Aquele corpo fléxivel

Disse ela ,esta calor

Olha para porta de vidro

Vê a loja de chapeis

Fiquei atónito, não nego

Creio que chegamos a si beijar

Convidei para ler um livro

Vamos ao terraço?

Entranhando no espírito

Ao chegar a porta

Não conseguia enchegar o chão

Abaixei-me e comecei a rir

Ela me segura pela mão

A porta aberta no eterno jardim

Me daria a vida e na morte

Gelei daquele ato

Talvez queira fechar os olhos

Um pescador veio de longe

Apanhei sua mão

Não tive ideia de nada

Guia pelo caminho de casa

Hesitei um instante ,o medo

É certo não havia ali um garoto

Achei um lençol perto da goiabeira

Examinei meu coração

Ri-me dos meus pecados

Minha curiosidade esta aguçada

Porque duas portas?

Vi ali de passagem

Uma porta de madeira

escutei pessoas assobiar

Cacarejar fazer o diabo

Fiquei comedo de perguntar

Olhei para cima vi aquela mulher

Não sentia mas as mãos

Louvaram-me um hino

Alguma menina cantou assim

Lembranças tardias de um beijo

Prólogo de uma vida de amor

Tremula minha voz

Remataram em dor

A hora vinha em flor

A aflição acabou com o sono

Abalroam para ver o anjo-cantor

O relógio da vida parou

Não ouvir coisa nenhuma

Rolei na cama, talvez com frio

Achei esta explicação num beijo

Sim senhor amarei agora

Uma das portas encontra o purgatório

Amo a vontade dos céus

Entreguei meu destino a DEUS