MUDANÇA.

Ademais das caixas abarrotadas de tudo o que não se quis se desfazer – pelo fato de que se desapegar não é tarefa fácil de ser cumprida -, e dos cômodos preenchidos, neste instante, por incômodas caixas, nas quais os pés que perambulam entre as peças desmobiliadas e vazias de risos, sonhares e muitas vezes rinhas; que os enchia de animus, ou num simples dizer não mais que – Vida!

Por mais que se queira ou se vislumbre a necessidade e a urgência de realização – Mudança é em regra passagem que se trilha desconfiando-se, do caminho. Porque, o desconhecido é tal qual lamparina de frouxa luz que não permite se veja com clareza.

É, quando um misto, de um não sei que, e um não sei quanto, toma de assalto o viajor, em estrada estranha. Traduzindo-se numa mescla de alegria, expectativa, tristeza e solidão que se faz companheira do que está em mudança, fazendo se sinta maior a falta de tudo aquilo que pelo imperativo da impossibilidade fora deixado para trás, até que o novo se torne conhecido e rotineiro.

Também, é quando algumas, muitas, lágrimas caem pelo caminho, e, sobre as caixas amontoadas no vazio – lacrando-as, como se fora um nobre brasão, ou nada mais, que um simplório cristalizar de lembranças e esperanças, fechando um ciclo enquanto firma outro; entre estes a obrigatoriedade das transformações, e sobre tudo, tolerância.

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 24/03/2009
Reeditado em 24/03/2009
Código do texto: T1503498
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