Sentimentos

Quando te vejo meus sentidos se vivificam

Sinto vida pulsando em todo meu ser

Tão belo seria amá-lo, desfruta-lo, goza-lo.

No entanto, só me permito senti-lo e por segundos

Tocá-lo, como se realmente fosse algo tangível

Como um ser humano.

Amar deve ser isso, o gerar de outra vida, uma vida

Dentro da sua, dividindo o mesmo espaço.

Sinto como se não fosse digna de tê-lo, porque por mais estranho que pareça, e por mais forte que seja, não me sinto preparada para vivê-lo, tampouco para ir à luta.

Tento te proteger da maldade, das pessoas, dos julgamentos, tento ao máximo te proteger de mim mesma.

Não me entenderias, não me perdoarias, nem eu.

Estou escrevendo meu próprio conto, conhecendo outros sabores, outros desejos.

Mas nunca esqueço de ti, estás impregnado em mim, sempre recolhido e em noites frias, estás sempre clamando, sussurrando em meus ouvidos.

A tristeza vem, e eu sei que é você, na sua forma intangível querendo estar perto, e olho meu reflexo no espelho e não aceito, não te aceito, sinto vergonha de ti e de mim.

E mais um dia passa, e procuro achar normal não tê-lo. Linha favorita da história que escolhi.

E as entrelinhas contam uma história assim: um sentimento, tão forte, tão inquieto, o melhor de mim talvez, forte mesmo, tornando-me clausura involuntária, egoísta com o tempo.

Dia esse que não me permito sentir nunca. Ausência de coragem, ausência de dignidade até, mas principalmente por ter sempre a certeza: FALHEI.

E eu não suportaria falhar novamente e continuamente, pois de tão grande que é

Não sei tê-lo, não sei entendê-lo, e passo meus dias justificando e.... acreditando na nossa libertação, te olhar nos olhos e enxergar com a mais tênue pureza: sua dissipação e se enaltecer disso, teu fim. Meu começo.