O Homem moderno ou “Densidade” no homem?

“O homem chega realmente a si mesmo em genuína autorealização somente quando ousa colocar-se radicalmente em favor dos outros. Ao fazê-lo acolhe (atematicamente) o que se entende por Deus enquanto horizonte que garante a radicalidade deste amor, o qual em autocomunicação (existencial e histórica) se faz o espaço da possibilidade desse amor” (K Rahner).

Essa temática retrata bem a categoria de experiência realmente profunda para a qual tende o homem moderno em vista da sua racionalidade. Devido a essa sua tendência arrogada desde os albores da modernidade, o homem se vê em condições de se interrogar a respeito da possibilidade de Deus e de sua não possibilidade para a construção de sue mundo. Todavia, se esquecem os cultores dessa racionalidade endeusada que o pai da modernidade (Descartes) se viu em face de uma problemática insolúvel de antemão, ou seja, da possibilidade de prescindir de Deus em suas meditações na construção de um pensamento que fosse firme e sólido a ponto de fazer frente às objeções dos céticos. Para tanto, lançou mão de sua importância na construção de seu pensamento chegando à conclusão de que Deus era o fim ultimo e basilar de todo e qualquer conhecimento possível, haja vista ser a idéia de Deus inata ao homem sendo possível, por meio dela, convalidar suas outras idéias e, conseqüentemente todo o arcabouço teórico posterior.

Ora, nenhum homem está livre da sujeição da vida com todas as suas contrariedades e ambigüidades. Sendo assim, somente uma postura tal diante da mesma que conferirá caráter realmente autêntico a existência do mesmo em face dela. Para tanto, o homem pode até prescindir da idéia de Deus, contudo, somente nela e a partir dela, mesmo que acolhida atematicamente, o homem pode construir a possibilidade de um vida melhor e feliz.

Dranem
Enviado por Dranem em 28/03/2009
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