Assassinos, psicopatas e doentes mentais.

De médico e de louco todo mundo tem pouco.

De psicopata e assassino, todo mundo tem muito.

Quando você pára pra pensar, percebe que ninguém é simplesmente “maluco” porque gosta, porque acha adorável ou porque quer.

Por mais subliminar que seja, todos têm um sentimento de ódio apodrecendo, num forno crematório subterrâneo, em nosso cérebro doentio. Do ódio, o sangue surge. Todo medo vira ódio. Uma doença incurável agregada à alma.

Você nunca se perguntou: Jason mata por quê? Quem foi Feddy Krueger? Como foi a vida de Jack, o estripador?

Pra falar a verdade, o horror indizível gerado por cada um dos maiores assassinos é apenas um reflexo explosivo de uma panela de pressão psicológica a qual foram submetidos. Ninguém nasce assassino. E quem realmente é assassino não se vê como tal. Agora, quem mata e têm perfeita ciência de seus atos, quem justifica um crime brutal, esse sim é o doente mental. É complexo falar assim, pois na verdade parece mesmo que o doido é aquele que mata como se fosse uma coisa normal, quando não é. Pois o louco é o assassino, e o assassino é que é o louco. Mas jamais pode-se ser os dois ao mesmo tempo.

De forma alguma pretendo justificar aqueles crimes brutais, mas eu tenho certeza de que, ao menos, determinados pontos devem ser levados em consideração.

Por mais banal e deplorável que seja, todos tem um motivo (bom ou péssimo), mas ainda assim um motivo. Toda dor é dor. E uma dor não pode ser diminuída, encobrindo-se com uma dor alheia maior. Talvez àquilo que seja banal pra você, surta um efeito devastador em outra pessoa, talvez aquilo que te faça sorrir, ativaria os sistemas biológicos mais subumanos de outro homem.

Quando Jason foi vítima de violência extrema e teve uma morte indigente, ou quando Krueger foi queimado vivo e sua mãe estuprada brutalmente, ou quem sabe o que aconteceu na infância de Jack?

Não é uma defesa, é um alerta. É um grito para atenção daquilo que passou despercebido.

Mentes tão incompreendidas, não são compreendidas nem (e principalmente) por si mesmas. Isso é o que diferencia o grande psicopata do simples assassino comercial. E eu prefiro continuar pensando assim, porque a guerra me faz imaginar cada soldado como um doente mental, e não como um assassino. Não como um matador de aluguel, nem como um seriall killer. Mas como um homem desprezível.

Quantas Carrie’s estranhas não padeceram? Mas não nas mãos de assassinos, ah não. Porque esses são os doentes mentais. E como eu já havia dito, matar consciente é que é loucura. Não desfaço meu diploma de advogado do Diabo, em defesa daqueles que se transformaram na mais nova capa de jornal. Daqueles que tiveram a vida roubada pelos verdadeiros psicopatas. Daqueles que viram os que amam morrerem pra sustentar a ganância de outros. Não, eu não desfaço meu diploma.

Quantas Carrie’s se formam todos os dias?

Eu não sei.

Quantos Jason’s, Freddy’s e Jack’s andam por aí, cruzam seu caminho e você sorri, dando bom dia?

Milhões.

Então, não espere estar em segurança fugindo do homem de capa preta, ou simplesmente se afastando de estranhos.

Porque o verdadeiro assassino não é o degolador de galinhas.

Glaucio Viana
Enviado por Glaucio Viana em 09/05/2009
Código do texto: T1585085
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