Lápis de mesa

Deixa pra depois o que é para depois, vamos calcular nós dois!

Seja no falar, tanto quanto no ouvir, ou menos ainda, se me permitir.

Quero lhe dizer tudo que está em mim, guardado a sete chaves, pra não correr o risco de sair.

Faça da imagem, feia e distorcida, que tu tens de mim, frente a despedida, uma linda escultura para o alheio, tira algum proveito desse meu despeito, dessa calma que me importuna e me corrói, seja então por nós.

É claro que o tempo nunca mais vai nos presentear com os momentos que alimenta todo o meu sentimento.

Foi tanto, e tão pouco, tão intenso, tão sufoco, que de calmo e escuro o dia alheio foi preenchido de energia, de calor, de abraço, de carícia, foi um beijo, despedida, e eu me vi melhor sem ter você aqui.

Vamos contar nos dedos os momentos que pudemos nos sentir completos, certos, espertos e vamos perder as contas das besteiras, dos poemas, dos embates, dos dilemas e do carnaval que sempre chega ao fim!