Para ninguém
Se lhe tirarem o chão
E mesmo assim puder encontrar
Forças suficientes para permanecer de pé;
Se lhe roubarem o que ama
E ainda assim puder valorizar
O afeto e se nutrir do bem-querer;
Se pessoas lhe fecharem a mão
E apesar disso tiver coragem para
Abrir o seu próprio punho;
Se a estrada for sua única morada
E em meio a todas as possibilidades
Mantiver vivo o valor do lençol acolhedor;
Se negarem a você a inclusão elementar
E na rejeição puder fazer a sua
Legitimação e a sua pertença;
Se lhe perpetrarem a injustiça
E, caída, puder levantar a mão
Solicitando a equidade;
Se, apesar de toda mentira,
Puder ver na verdade a condição
Da vida abundante, livre e feliz;
Se, diante do semelhante injustiçado,
Tiver suficiente empatia para
Repugnar e não transigir;
Se, em meio a teatralidade do
Faz-de-conta, você mantiver
A fidelidade ao próprio ser,
Então terá sabido viver
E a vida lhe será grata
A ela fez por merecer