Mar da eternidade

Aqui a distância é medida pelos ecos que se perpetuam na linha tênue do firmamento. São palavras proferidas em um tempo tão distante quanto o nascimento dos oceanos...

Canções embalam meus dias, mais sua paisagem são como laminas a ferir minha liberdade. Sozinho aqui percebo estrelas se apagando, fazendo do meu céu os portões da solidão.

Aqui busco vida, aqui deixo pedaços de mim de forma intocável as suas lembranças. Intrasponível, e há muito se retirado, vive quieto sobre o estigma do sofrimento, um coração tão ferido quanto um veterano de guerra.

Ao sul o sol se Poe, nessa tarde até mesmo os pássaros se esquecem de voar, uma mórbida solidão se espalha sobre estas terras...

A triste imagem fere meus olhos, algumas lágrimas são derramadas, mais o suficiente para criar um mar tão sem vida como tudo a minha volta. Aqui navego por suas águas,aqui não busco um destino.

Sua face é quase tão gelada quanto meu coração.

E assim no cair daquela tarde em mais uma tentativa, tento em vão deixar para trás um passado preso ao meu destino

Lobo do norte
Enviado por Lobo do norte em 27/05/2009
Reeditado em 27/05/2009
Código do texto: T1618117
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