Ralimante

Busquei escrever poesia rimada vinda do coração, poesia pura da qual não poderia fugir ao contexto do que sou, poesia bela que demonstrasse o que habita em meu peito, mas não cabe a mim dizer quem sou, não cabe às minhas palavras retratar meus sentimentos, cada fragmento meu se demonstra indepedente no contexto geral, mas cada um trabalha de forma a construir o todo do que sou, eu sou uma imagem, eu sou um sentido, sentido maior do que a própria vontade, vontade maior do que aquilo que posso de fato compreender...eu sou...pigmento de mim mesmo, eu sou natural das coisas que moldam o meu próprio Eu, eu não sou maior do que o desejo, ou menor do que a necessidade, eu sou ser, ser além das definições da lógica do concluir, e concluo que a conclusão é pequena perto da grandeza do sentir, mas não posso concluir sequer, eu posso querer, mas sou além de um querer, sou alem da simples vontade de ir além da simples necessidade, de compreender a própria singularidade do medo de descobrir a verdade que não cabe a mim desvendar em foma de pensamento, a verdade...palavra, assim como o nome que outrora tantos atribuiram a mim, assim como a vida que costumava definir em um contexto mais amplo toda uma história em ambito pessoal, precipitação das normas de uma existência...e existiriamos além de nossa capacidade de estarmos presentes, presenteando o entoar de uma melodia humanamente realista aos ouvidos daqueles que passam a definir as próprias definições, a voz se cala...nada mais se pode dizer enquanto se busca desvendar os mistérios do indefinido, na indefinição da própria vontade que ja não é tão certa, e se torna certo pensar, mas errado querer, e ninguém nos diz o que será, nós mesmos não poderiamos dizer, por mais que quisessemos nos expressar... os olhos se fecham... serenos, na a escuridão letal da própria noite a abraçar nossos desejos incertos, o frio que domina nossos corpos enquanto somos envolvidos pela nobre brisa, que atravessa nossas faces sorridentes pela esperança de que a próxima lágrima não nos tire mais um querer, mas isso não precisa fazer sentido, apenas existir, assim como nós,que um dia quisemos ser mais do que um incerto pensar que não viria sequer a mostrar-se em forma de vida... um pensamento, um sentimento, uma existência...e nada mais faria sentido se não houvesse sequer a capacidade de buscarmos um pouco mais, sem limitar os sonhos a serem simplesmente a utopia do indeterminado, da vida paralela, do querer forte em forma de ação, pois que sonhemos a vida, mas sem esquecer de viver nossos sonhos...