O caminhar do caranguejo

O Caminhar do Caranguejo

E de repente num belo dia tudo pode mudar

Mesmo que se ache que nunca pode acontecer

Os ventos mudam as respostas que você acha serem certas

E novas perguntas são escritas na areia

A cada nova pegada um novo caminho vai surgindo

Cheio de desafios

Seus passos são curtos, estudados.

Mas o novo te atrai

E você esquece regras de autoproteção criadas por você mesmo.

O sair da toca se tornou simples

Dá frio, medo, desejo

O mar te faz um convite

Seu cheiro é viciante

Seu silêncio enlouquecedor

E cada vez mais você está longe da toca

A maresia te seduz

Talvez sua maturidade o conforte

Você se sente protegido

Tão quando como em sua toca

O entregar-se ficou fácil

À vontade de ter, ser e viver aquilo te possui

È difícil não querer mais aquela nova realidade

Não é como arriscar

É ter algo por dentro que lhe diz que é o certo

È sentir seu coração pulsar, suas pernas tremerem

E seus olhos brilharem

È perceber que já está no oceano

Sem sequer lembrar do momento exato que mergulhou

È ver aquele sorriso

Aqueles olhos grandes, expressivos

Olhos de jabuticaba

Que te fazem perceber que

Agora só existem marcas na areia próximo a sua toca

E os sinais de que

O doce, tímido, medroso e genioso caranguejo

Encontrou seu porto

Na toca de um peixe no fundo do mar.

Guto Angélico

Guto Angelico
Enviado por Guto Angelico em 01/06/2009
Código do texto: T1626978
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