Aflição extrema

Tentei desesperadamente prender-me a todos os diminutos sinais. Queria crer com todas as minhas forças que não tinha possibilidade de estar partindo sozinha.

Tentei iludir-me incessantemente. Falava em silêncio a mim mesma – “Fique calma! Melhora! Vai aliviar!”

Fechava continuamente os meus olhos à infeliz realidade em que vivo e, em que não obstante sempre vivi… tentei sonhar um sonho que não era meu e, quando despertei senti dor…

Arranquei todos os meus sentimentos e tornei-me sombra daquilo que desejei ser…

Fiz de mim espantalho que se balança ao sabor da ventania desprovida de vontade ou força própria.

Fiz de mim farrapos de um tecido desprovido de marca ou qualidade… simplesmente pano gasto pelo uso, que se arrasta pelo solo esperando um final que se adivinha sem honra sequer condição!

Como atingi o fundo? E a luz muito alta, não consigo atingir…

Aninhada no chão, prendo os joelhos em oposição ao peito e aguardo que o coração deixe de bater… Peço-lhe desesperadamente para que pare de bater.

Pára por obséquio! Suplica-te para que pares… eu já não desejo mais… eu já não posso mais…

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 20/06/2009
Código do texto: T1658274
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