E na surpresa, alçar vôo

Eu sou mais forte do que eu.

(Clarice Lispector)

Todos esses movimentos tentando mostrar o que?

O meu eU busca enxergar.

Sobe, desce, volta, segue...

E nada é totalmente visível:

“é só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos é que começamos a saber”.

Então eu ainda não sei nada? Ou penso não saber!

No meu próprio ninho eu não quero ficar mais, contraditório eu sei.

Muitas vezes eu sou pelo contrário, ando na contra-mão.

E quase sempre, numa palavra escrita ou lida, tudo se torna claro.

Talvez eu não seja contínua, mesmo assim eu não desisto.

Eu arisco, eu confio nos meus bons sentimentos.

Eles me direcionam a seguir por caminhos ainda não percorridos.

Neste momento eu só quero perto de mim pessoas doces,

Almas calmas, seres com leveza, gente do bem.

Que acredite e valorize a linguagem da transparência e da gratidão,

Acima do amor, que todos imaginam ser a maior dádiva para o ser humano.

Eu não quero agarrar-me a qualquer modo de andar, eu quero andar livremente.

Mesmo correndo o risco de cair e ter que me levantar sozinha.

Ainda assim, eu escolho percorrer caminhos novos.

Com liberdade e sem as amarraras que impedem o tocar em mim mesma: me sentindo, me sentindo, me sentindo, me sentindo...

Aventurando-me na alegria mansa e constante, mesmo sem garantias.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 23/06/2009
Reeditado em 28/05/2011
Código do texto: T1663429