Cantar como um calado
Falar pouco e sair.
E se pudesse escolher
Nada escolheria.
Vivo preso
Ao que nunca entendi.
Como se a chuva
Fosse voltar.
E não pudesse mais
Cantar como um calado.
Porque se há poucos cavalos
Na cidade.
É que a falta não me priva
E o vento de um galope
Posso imaginar.
Quando deito
Em lábios seus.
Estradas transparentes
Que possam imaginar.
Viagens sem ponto de saída
E se fosse possível
Ver que há um fim.
Qual será a conseqüência
Quantos agüentarão.
Cresce suas raízes
Quebrando o concreto
Das calçadas
Do pensamento.
Que disfarça o provocar
Sem assumir
Que há
Segundas intenções.
Nos passos
Nos sacrifícios.