Os mínimos detalhes

                               “Quem não conhece os detalhes,
                                jamais entenderá a obra completa.” 


     
Você é convidado para assistir a uma exposição de Arte Moderna. Ao observar alguns quadros de pintura abstrata, você se pergunta: “Como pagam milhões aos autores desses rabiscos coloridos, isso é arte?”. 
     Pergunte-se novamente: “Eu tenho capacidade para entender e criticar esse tipo de arte?”; a resposta, se me permite a ousadia, é não, você não conhece a história, o traço, a cor, a profundidade, a própria concepção do Abstracionismo, ou seja, não conhece os detalhes que o tornam Arte. Da mesma forma, a vida apresenta circunstâncias particulares que contribuem para a concepção de um quadro que lhe parece abstrato: a negação de um sim ou de um sorriso; a desatenção a um “Bom dia!” ou a um “Muito obrigado!”. 
     “Estou gripado novamente”, você constata. Mas será que após o último resfriado você se alimentou com qualidade, consumiu as Vitaminas necessárias à reposição de suas energias, descansou o suficiente, depois de árduas jornadas de trabalho ou de estudo? 
     A observação minuciosa e o aprendizado específico, amigo vencedor, fazem de você um crítico e constituem os alicerces necessários a torná-lo senhor soberano que conhece a si e entende e respeita as diferenças. Não se consegue ascensão profissional se não há reciclagem e reaprendizado; não se promove evolução social com pueris reclamações de que ninguém gosta de você ou que sua opinião nunca é considerada válida. 
     Levante-se da cadeira do escritório, já marcada com a anatomia de seu corpo acomodado; levante-se da cama onde dorme sua indolência e sua preguiça e sorria para a vida. Vai buscar a Luz! Mas não a procure no Sol, ele se fez único desde o início dos tempos, seja uma humilde chama. Se merecer, será um dia uma simples e morredoura vela. Mais tarde, ao reconhecer os segredos da Luz, você será capaz de entender que sua obra finalmente se completou.