DEIXA DE BATER POBRE CORAÇÃO

Toquem os sinos a compasso

e passo a passo,

carreguem meu féretro

(um velho lençol teria o mesmo efeito)

e que no meu regaço,

descanse a vontade de um morto…

e seja eu… de sorriso nos lábios.

Não quero nem desejo, mais do que

um buraco, onde sem grandes dificuldades,

nele me joguem…

e virando-me costas, de pronto se ponham

a zombar, de minha triste figura, que um dia

se quis poeta.

Renego um só padre que seja, junto da

pouca terra que me cobre…

costume bem antigo este, de pouca terra

cobrirem os infames, para assim

servirem os animais, que por ali passam.

Ah, e não me levem flores, pois não se dão

flores, a quem morre de suicídio.

Então que ninguém chore, aquele

que atentou, contra a sua própria

vida… porém, a ninguém esqueça,

que este é um direito, que a todos e a

qualquer um assiste…

Embora impossível pareça, vivi de

sentimentos profundos; longe fui no

pensamento e reflexão, pensando não em

mim mas nos outros.

Saudades levarei, com certeza, de meus

queridos pais, da mulher, que sempre

amei e de meus amigos!

Talvez um dia nos encontremos por aí, num

filme qualquer, a preto e branco.

Jorge Humberto

23/07/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/07/2009
Código do texto: T1717081
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.