Que muito Escolhe, acaba sendo escolhida!

Sinto- me só

Não sou solitária

Não tenho um amor

Nem um afago

Ninguém para dividir o leito

Que me faça arder de desejos

Ninguém para dividir sonhos

Que caminhe comigo na estrada

Sinto-me só

Faz parte da escolha

Sonhava com um Príncipe

Eles não existem

A Fadinha como forma de brincar

Mandou- me o Cavalo

Esqueceu que eu levo tudo até o fim

Não largo nada no caminho

E hoje carrego o Cavalo, que não é Alado

Sinto-me só

E sou casada, desgraçadamente casada

Moramos na mesma casa, que não é um lar

Tentamos conversar, nos apoiar um no outro

Desastre total, somos água e vinho

Eu prefiro calar, já nada comento

E se falo é para descontrair

Piadas, coisas tolas tiradas de um jornaleco qualquer

Nada que acrescente, nada que some

Pois conversas sérias que envolvam as nossas vidas

Transformam esta casa num circo de horror

De doce e lindo e eterno: Os filhos

Louca e jovem ainda acreditei que poderia dar certo

Que a vida não ia me castigar tanto

Eu trabalhava, me sustentava,

Não precisava de apoio finaceiro

E construí uma família

Me deixei levar por conversas doces

Um sogro bandoneon, encantador

Pensei que teria uma vida de sonhos

E me deixei engravidar,

E neste momento uni a minha vida

À deste homem, que fica por ficar

Vive por viver e ainda carrega consigo

Uma seqüela irreversível

E terá que ser cuidado

Não tem pai, irmãos

Só uma mãe velhinha e paranóica

Que precisa de cuidados

Como era romântica, o quanto escolhi

E fui literalemnte escolhida

E como alento recebi em troca

Uma família inteira,de paranóicos

Que nem sentem remorso

Os testes pré nupciais deveriam ser mentais

Poderíamos ver os riscos que corremos

Que fazemos os outros correrem

Escolhi tanto e tanto e fui escolhida

E como alento, a fadinha irônica

Para esta romântica tola, concedeu um alento

Não um, três, os mais belos

Filhos, amores incondicionais e eternos

Numa casa de gringo, uma brasileira e seus três filhos

É muita gritaria, quase um hospício

Um pai que berra e bebe sem parar e quer impor

Um mundo que nunca viveu,

Uma mãe que apazingua,

Que mostra o belo, a alegria

Que dá risadas e que fica.

Até quando, Meu Deus !

Será necessário a Morte?

Eu sou o para raios, a apaziguadora, o amor, a comida quentinha

E sou a Mãe, Pai, Amiga , Irmã

Flor do Córrego
Enviado por Flor do Córrego em 26/07/2009
Reeditado em 26/07/2009
Código do texto: T1719929
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