EQUIDISTANTE

O que antes era um sorriso meu

agora tornou-se escárnio,

sempre que atrevo olhar-me no espelho.

E há uma loucura latente em cada

movimento, que ouso pôr em prática

ou julgo ousar, em complacência para comigo.

E o vómito acomete contra a minha

figura desmesurada entre o absinto e

os cigarros e os comprimidos.

Onde raio a porta aberta? Onde, onde

correndo para a liberdade,

de ignorância e precipitação, deixei

eu a porta descerrada, na pressa de crescer?

E tu felicidade, que zombas de mim,

equidistante, a todo o instante,

deixa-me que te diga, ser feliz é contrariar a sorte!

Por isso não és tu, para que saibas, quem me

preocupa tanto assim.

Jorge Humberto

24/08/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/08/2009
Código do texto: T1774305
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