Perfeito antídoto

“O amor imaturo diz: amo-te porque necessito de ti; o amor

maduro diz: necessito de ti porque te amo.”

(Erich Fromm)

Como fazer para esquecer alguém que o coração se habituou tão adequadamente a amar? Não vejo meios de obrigar esse meu coração, que mais parece uma criança doente, a fazer algo contra a sua vontade. Pior que isso: ele nunca está satisfeito. E qual o antídoto? Um novo amor? Exigente, ele não aceita substituições, assim como sua dona, que não quer saber de mauricinho de rostinho bonito e mente medíocre. Quero alguém com mente expansiva e braços abertos para me acolher; alguém que saiba despir com o olhar, não apenas para me desejar como mulher, mas para enxergar e sentir a ternura que se esconde por trás dos poros, no fundo da minha alma. Esse alguém deve sentir-se bem em minha companhia, sabendo apreciar com doçura até os meus gestos mais singelos. Também deve adivinhar meus pensamentos e compreender os meus momentos de loucura por meio do silêncio de um abraço ou abafando meu pranto com um beijo. Um ser assim me fascinaria completamente... Tento convencer-me de que isso é apenas um sonho, muito distante da realidade. Então continuo vivendo como Deus quer, esperando que tudo se realinhe naturalmente.