RELAÇÃO ENTRE O ABSOLUTO E O RELATIVO

Em nível terreno, absoluta é a terra, onde se pode plantar, construir aplainar, depositar água, etc.. Quanto a cada obra que fazemos, porém, elas são relativas a forma de produção e a manutenção que a elas damos. Após abandonadas, elas se deterioram, mas a terra continua como antes, recompondo, inclusive, o cenário original.

Em nível de obras humanas, absoluta quanto a forma é a linha férrea, por exemplo, que nunca muda. O chassi do trem, suas rodas, a suspensão, etc., também são imutáveis. O trem pode evoluir e se modernizar, porém, sua estrutura mecânica, bem como a linha sobre a qual ele trafegará seguirão sempre iguais. A linha férrea pode ser elevada, ser submersa ou de superfície, mas continuará sempre igual – com trilhos de ferro sobre dormentes.

Logo, a linha férrea é absoluta, pois para que haja trem ela tem que existir e ser como é. Relativo ao propósito a que servirá é se ela será elevada, de superfície ou submersa. Relativo também a esse propósito será se o trem será elétrico, a diesel ou a vapor; se sua carroceria será de madeira, de ferro ou de alumínio; se o trem será de carga, de passageiros ou dormitório; se será de primeira classe ou classes inferiores. Tudo isso dependerá do uso que se dará.

O mesmo ocorre com os navios. É imprescindível que tenham casco para flutuar, tração e leme, além de quem o conduza. Quanto ao tipo, porém, podem ser de cruzeiro, de carga ou de guerra. Os aviões têm que ter asas, tração e direção, bem como piloto. Quanto ao tipo, são relativos ao fim que se dará.

A base do rádio são as ondas eletromagnéticas. Tendo um transmissor e um receptor é possível utilizá-las. Elas não dependem de aparelhos receptores e transmissores para existirem, mas para serem utilizadas pelo homem sim. A utilização poderá ser na forma de amplitude modulada (AM - forma de ondas), frequência modulada (FM – ziguezague) ou celular (forma de células), dependendo do fim que se quer dar. Todavia, independente disso, o meio de transmissão será sempre por ondas eletromagnéticas. Quanto ao uso, poderá ser para transmitir apenas voz, o que chamamos de rádio, transmitir imagens, o que chamamos de televisão, ou transmitir imagem, escrita e voz, o que chamamos de celular, todavia, tudo isso se fará através das ondas eletromagnéticas, que chamamos ondas de rádio, pois são irradiações.

Em nível universal, absoluto é Deus, Sua existência, Seu pensamento, Sua maneira de agir e Sua Palavra. Sua existência não é relativa a nada, pois Ele existe e é o que é independente de qualquer coisa. Ao contrário, todas as coisas que existem são relativas a Ele, sendo que somente podemos relativizar Sua existência porque Ele nos fez existir e nos deu capacidade de pensar. Todavia, por mais que relativizemos Sua existência, ela jamais se tornará relativa. Porém, nossa existência sempre será relativa a Ele, embora que podemos produzir pensamentos independentes dos pensamentos dEle.

E, como Deus conhece tudo, sabe dos resultados de tudo quanto às suas causas e origens, bem como sabe o fim de tudo, Sua maneira de pensar não é preconceituosa, mas calcada em conhecimento e conceito produzido. Sendo assim, Sua Palavra não é mentirosa, mas absoluta e verdadeira, pois em tudo e quanto a tudo Ele está certo.

Sendo assim, temos uma referência para normatizar nossas opiniões e ações, bem como nossos conceitos e verdades. E tudo que tiver como referência o pensar de Deus será absoluto, sendo então absolutamente verdade e absolutamente certo. Logo, assim como nossa existência atual é absoluta porque Ele nos fez existir e nos mantém (sendo que percebemos que existimos), nossas opiniões, conceitos e verdades serão absolutas se tiverem como base as opiniões, conceitos e verdades dEle. Então elas já não estarão realtivizadas pelas vontades de indivíduos, mas padronizadas na vontade de Deus, sendo as mesmas onde quer que se esteja e para quem quer que seja. Assim, poderemos desejar e fazer o que quisermos, segundo nossa individualidade, mas a maneira certa de fazer, o meio moral e ético de atuar terão como base Deus, serão normatizados por Seus princípios, que nos impedirão de extrapolar e romper com os limites do direito, onde a satisfação de minha vontade poderia incorrer na repressão e supressão da vontade do outro. O mesmo se daria em relação a satisfação da vontade do outro, que, ao ser limitada pela vontade de Deus, não obstariam meus direitos, jamais me prejudicando.

Aos olhos de quem não sabe quase nada, tudo é preconceito, especialmente os assuntos que lhe contrariam as atitudes e interesses. Se alguém sabe muito pouco, a seus olhos tudo é novidade, pois sobre quase tudo ainda não formulou conceito, parecendo-lhe então preconceito. Sendo assim, pensa que os outros também não sabem nada e o conceito que já formularam trata-se de preconceito.

Sempre temos opiniões pré-concebidas sobre algo. Pré-concebida é a opinião que se tem intuitivamente, que não possui base experimental. Algo me assusta, por exemplo, logo estabeleço o conceito de que esse algo é mau e se é mau para mim o é para todos. Como sinto repulsa por esse algo, evito-o, não o examino, não experimento, consolidando minha opinião de que é mau. Muitas vezes ouve-se dizer: "Não fui com a cara do fulano, não sei por que, mas não gostei dele".

Negar-se a examinar algo, sustentando a opinião pré-concebida sobre esse algo é o que transporta a palavra de pré-conceito para preconceito.

Durante a vida vamos conhecendo pessoas, comidas, idéias, filosofias, fatos e tudo o mais. Algumas dessas coisas examinamos mais, outras menos, mas sobre todas desenvolvemos conceitos, aceitando a umas mais ou menos e rejeitando mais ou menos a outras. Alguns desses conceitos podem ser preconceitos. Umas pessoas chegaram aqui antes que nós, outras, depois. Umas já terão examinado e experimentado ou deixado de experimentar muitas coisas quando começarmos nossos exames e experimentações, outras menos. Muitas delas já terão desenvolvido conceitos sobre muitas coisas. Outras seguirão sustentando os pré-conceitos, transformando-os em preconceitos. Por outro lado, após examinar e experimentar, muitas dessas pessoas já terão descoberto que alguns de seus pré-conceitos podiam ser estabelecidos como conceitos.

Geralmente sentenciamos como preconceito a opinião pré-estabelecida que parece prejudicial. Em regra, determinamos como prejudicial alguma opinião de outra pessoa ou grupo cuja opinião nos isola, nos censura, constrange ou limita. Então decretamos tal opinião como preconceito. Em geral, porém, não vemos como prejudicial nossas opiniões que isolam, censuram, constrangem ou limitam os outros. Então, aos nossos olhos, não somos preconceituosos.

Asssim, poderíamos concluir que preconceito é uma questão de ponto de vista e interesse de cada indivíduo. Entretanto, isto não é verdade, pois nem tudo o que determinamos como preconceito o é ou deixa de ser porque determinamos, pois, num sentido real, preconceito é uma questão de exame e experimentação ou não. Se examinarmos e experimentarmos algo, a opinião que então estabelecermos será conceito. Do contrário, seguirá sendo pré-conceito. Entretanto, não se pode esquecer que o exame e experimentação para determinar se algo é ou não preconceito precisam ser feitos com base num conceito físico de certo e errado, de construtivo e destrutivo, de prejudicial e benéfico.

Sim, diz-se que essas coisas também dependem de ponto de vista de cada indivíduo, grupo ou sociedade, mas isto somente é válido em filosofia isentas da preocupação em harmonizar os interesses individuais e os coletivos. Por exemplo: Há um consciente quase coletivo de que rejeitar e censurar o homossexualismo é preconceito, pois diz-se que a opção sexual é de escolha pessoal e não prejudica a ninguém. Para saber-se se isso é verdade, se rejeitar e censurar o homossexualismo é ou não preconceito, tem-se que conhecer os motivos dos que o rejeitam e censuram, não apenas sentenciá-los de preconceituosas, pois isto é preconceito. É preciso saber o que diriam os médicos sobre as conseqüências dos resíduos de esperma no reto, o que dirá o tempo sobre os efeitos da criação de crianças por casais de homens ou mulheres; saber se os homossexuais respeitam a instituição casamento, se acreditam que a família é o sustentáculo da sociedade; saber o que pensam da fidelidade conjugal, se pensam que as pessoas devem ter direito à opção sexual ou pensam que todos os homens são enrustidos e a moral e os bons costumes são preconceito, sem importância e não são vitais.

Observa-se, porém, que a palavra preconceito virou moda, proferida, na maioria das vezes, sem pensar-se no seu verdadeiro sentido, mas usada para livrar-se dos assuntos constrangedores, sentenciando-os de preconceito, tolhendo os pensamentos e conceitos dos outros para estabelecer os seus próprios, impedindo-se a si mesmo de examinar os assuntos, corrigir-se, aprender e crescer. Isto sim é preconceito e é letal, tanto para os indivíduos, quanto para a humanidade.

As verdades são testadas pelos efeitos que produzem. Toda verdade tem o contexto em que será testada e produzirá efeito negativo ou positivo. Fora do fim para o qual foi produzida toda verdade é mentira, pois produz efeitos negativos, como se usar-se uma faca em lugar de panela. Verdades que produzem efeitos negativos mostram-se inverdades. Por exemplo, assim como a força gravitacional faz inclinar um pino que não possui base, ou que está posto fora do prumo, as atitudes dos indivíduos produzem efeitos sobre eles mesmos, sobre a sociedade e sobre o meio ambiente, podendo ser positivos ou negativos. Logo, verdades verdadeiras são as atitudes que mantêm os indivíduos saudáveis, a sociedade coesa e harmônica, bem como o meio ambiente equilibrado.

A diferença entre as verdades dos islâmicos, dos católicos, dos espíritas, dos budistas, etc., é que a verdade de Yaveh, Deus ao qual Israel pertencia, é a de que Ele é o próprio e único CRIADOR, MANTENEDOR E RESTAURADOR, o que nenhum dos outros deuses é e nem pode ser, porque Yaveh surge de Si mesmo, por Si mesmo, enquanto os outros são (objetos e personalidades imaginárias) criados pelo imaginário dos seres humanos em vista de satisfazer cada um a seu interesse.

Outra diferença, é que as ordenanças de Yaveh (Suas Leis) sempre visam harmonizar, de forma a satisfazer de maneira coerente (sem efeitos colaterais) as necessidades de bem-estar de todos, resultando em satisfação para todos. Na didática de Deus a satisfação do interesse de um jamais pode produzir prejuízo para outro e/ou outros. No caso dos deuses inventados, pela personificação que seu criador lhe atribuiu ele sempre favorecerá àquele que lhe adular, não se importando com os efeitos que podem resultar para os que o rodeiam. Por isto os deuses de pedra, de gesso, de barro, astros, estrelas, etc., são tantos, porque os interesses egoístas das pessoas são diversos.

Ao contrário do que se pode presumir, nós (terráqueos) estamos errados e o resto do Universo tem agido certo, porque nós é que deixamos de viver pelas regras acertivas do CRIADOR da máquina que somos e das máquinas nas quais estamos inseridos – a sociedade, o planeta e o Universo, que sofrem os efeitos negativos de nossas "verdades" inadequadas, que têm orientado as atitudes humanas. Prova é o caos econômico, a conturbação social e o declínio das condições de vida no planeta, à beira de uma hecatombe universal.

Não é que a hierarquia religiosa seja mais importante que os humanos, embora que muitas religiões e denominações religiosas têm mostrado isto. É que o Universo é um mecanismo submetido a si mesmo. Os trilhos do trem são a hierarquia do trem, que pode pretender andar sem os trilhos, mas não conseguirá jamais. Se entendermos o cristianismo de Cristo, e não o da Igreja Católica e de tantas outras, veremos que não estamos submissos a nenhum homem, a não ser a Deus, mas Ele mesmo diz que devemos nos submeter uns aos outros naquilo em que está em acordo com Ele (Deus), querendo dizer que se o patrão me ordena fazer, ou as conveniências me ordenam fazer algo em desarmonia com as normas de Deus, estou desobrigado de cumpri-las. Entretanto, perante os homens poderei ter que responder por isto, como se estivesse a causar efeito negativo para a sociedade. Mas diante disso, o verso do centro da Bíblia diz que mais importa agradar a Deus do qu aos homens, pois em relação aos homens minha desobediência pode estar prejudicando a seus interesses mesquinhos, por isto se cercam de leis para obrigar os indivíduos. E mais importa agradar a Deus do que aos homens diz respeito também a agradar a nós mesmos porque muitas vezes em nosso ímpeto de agradar a nós produzimos prejuízos e desconforto, sofrimento e dor para os outros e para o meio, resultando em sofrimento geral.

As atitudes em acordo com Deus ao qual Israel pertencia devem levar em consideração nosso interesse sim, mas observando sempre pelo prima das normas de Deus senão produzirão efeitos negativos nos outros.

O Deus ao qual Israel pertencia é o Deus de todo que O aceitar e aceitar normatizar sua vontade pessoal pelas normas de conduta do Criador, pois Ele não é monopolizado nem dominado por alguém, ao contrário, Ele é quem controla tudo e todos, haja vista que os acontecimentos históricos têm corrido de forma a mostrar que no controle de um planeta o homem somente produz declínio e morte, quanto pior faria se estivesse no controle do Universo.

Wilson Amaral

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