Direito subjetivo

Na verdade, o que faço no Direito não é fruto de alguma nobreza ou qualidade do espírito. O que me arrastou a ele e o que me move é resultado mais de meus vícios que de outra coisa. É o egoísmo que me torna capaz de usar as coisas do mundo e as palavras em meu favor assim como a preguiça leva-me a buscar as informações que me convêm; é porque eu precisei desde cedo convencer as pessoas de mim para sobreviver que aprendi a argumentar. O poço profundo de onde brotam fraquezas da carne é meu vínculo supremo com o Direito, é por minha volatilidade feminina e por meus sentidos aguçados, toda a luta primitiva pela permanência do corpo vivo é que talvez me permita agir juridicamente um dia, apenas, não efetivamente as minhas crenças e racionalidade, embora exista influência, mas é da impetuosa irracionalidade que verte meu maior poder.

Clarissa de Baumont
Enviado por Clarissa de Baumont em 18/09/2009
Reeditado em 18/09/2009
Código do texto: T1817555
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