Unificação inteira ( K4+-*P ainda vive)

Quando a noite caiu , percebeu que era preciso abandonar o que parecia uma unificação de almas. Antes mesmo podia ter visto se quisesse, que o amor falhara. Mas não, não era que um ou outro tinham errado em algum tempo. O erro estava justamente nessa felicidade não mexida, não remexida. Estavam infelizes, justo por compartilharem diariamente dessa felicidade e desse amor que foi se tornando contínuo. O amor era uma unificação inteira, e necessitava a cada dia mais que do corpo, da presença escondida de carinhos pelos olhos. Quando deitou-se naquela noite , percebeu que necessitava da posse disso que acreditava ser eterno. Olhou para trás e percebeu que antes tinha querido ser ele e não bastava. E o que parecia banal tornou-se saudade. Amor puro, de inocência exata, de consciência de tudo, e, no entanto ele a deixara. Não porque, o amor havia acabado, mas pela busca da felicidade. E as perguntas vinham e voltavam em um "Porque" desenfreado que apontava os defeitos normais dos seres humanos. De um lado necessitava-se de uma sensação de tê-lo , e de não largar o que parecia sensato. Por outro abdicava de tudo que possuía, para ver sua felicidade. E não seria essa liberdade inventada que necessitavam. Era preciso dizer à saudade que batia com força à porta, que a felicidade precisava de um tempo para pensar. Para depois entender que o amor para ser inteiro, antes tinha de ser sozinho. E que para amar um tanto quanto o considerava, era necessário conhecer a si própria.

Compreendeu então, que não se deve aprisionar um passarinho, apenas para admirá-lo. Que ele se tornava mais vivo, cantava mais se estivesse voando. Mesmo que inconscientemente foi deixando que os olhos se voltassem para o céu. E aprendeu, que se as coisas tivessem de ser, o pássaro voltaria sem que precisasse abandonar o azul da liberdade.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 28/06/2006
Reeditado em 13/09/2006
Código do texto: T183955