" O Pulo do Gato": Porque não namorar amigos

O pulo do gato: Namorar amigos

Esta expressão vem de uma historia cuja idéia principal é: um animal mais forte, (raposa, ou felino maior) pede ao gato que o ensine tudo sobre ele, como caça, como foge dos predadores tudo isso com a intenção de comê-lo. E este, ensina tudo, com o maior prazer e quando está para ser atacado, ele dá um grande pulo e escapa, e ouve do predador: “este você não me ensinou” e ele diz que se tivesse ensinado este não estaria mais vivo.

Em que nos é útil esta metáfora? Se contarmos tudo o que somos capazes seremos surpreendidos pois nos tornamos “previsíveis”, e o outro poderá, facilmente nos “passar a perna”. Se tornar vulnerável, abrir a guarda; não estamos em guerra mas relacionar é manter constante o influenciar e ser influenciado, com o risco, da própria humanidade em questão, de se tornar objeto manipulável de outro.

Se há algo que mantêm o relacionamento é a possibilidade de surpreender, de mostrar uma nova face, uma nuance desconhecida, eis o pulo do gato que garante o sucesso do contato a dois.

E os amigos? Todos temos amigos do sexo oposto, atraentes, inteligentes e solteiros, mas por que não nos move de paixão, com exceção de períodos de carência? Pois conhecemos o suficiente para não nos apaixonarmos. Paixão é alimentada por ilusão, e a projeção de nossos desejos que cabe bem no outro que é ainda uma incógnita. Esta é a diferença do amor, pois o amor é a noção dos defeitos do outro, mas que é compensada pelas virtudes, pela admiração que temos pelo que tem de positivo, é quando a balança consegue se manter com certa estabilidade.

Nas amizades podemos ser fracos, bobos, contar de nossas dissimulações, do jeito que brincamos, é abrir nossa alma sem pudor. No amor erótico, o outro é quem nos satisfaz e quem nos faz sentir turbilhões, mas não precisa necessariamente ser alguém que sabe tudo sobre nós, ele tem que se esforçar para nos desvendar, pois é neste esforço que nasce o valor que dará para estar ao nosso lado. Amigo é aquele a quem nos damos, e ganhamos inteiro por sermos quem somos em nossa sinceridade quase infantil, se é preciso ser adulto demais ou sério demais perto de alguém é por que certamente não é um amigo de verdade.

Ser um bobo alegre perto do seu amor só cabe quando há consistência nos laços, pois aí inicia o período de amizade que todo relacionamento tem, mas virar amigo desde o inicio faz com que a atração vá esfriando, não cabe desejar com cada poro aquele a quem sua alma precisa é de se apoiar. Tenha amigos e uma paixão avassaladora, senão se precisa é de apoio e alguém que resolva todas as suas carências emocionais, está buscando é um pai ou mãe que não teve, e isto realmente é muito negativo para você mesmo. O ideal seria uma terapia, um profissional é o mais indicado pois assim não condena seu afetos a extremos nem suas perdas ao fim do mundo.

A lição do pulo do gato é: se você esta se tornando previsível é por que está na hora de crescer e superar a estagnação pessoal, pois estabilidade não é sinônimo de inércia, e sim de constante movimento na busca de sintonia, é como um pêndulo que não pode ficar parado, sendo assim, ele constantemente fica evitando os extremos sem alcançar o meio inteiramente pela impossibilidade de permanecer estático, é uma vivência dinâmica por excelência.

Talvez a ilusória crença de felicidade ser ausência de frustração, ou de par perfeito ser alguem que em tudo te entenda, apóie e coopere, que condena os relacionamento a fracassos. Idealizar o outro é pecar contra as possibilidades deste, afinal queremos alguém que nos desafie a ser nosso melhor, que nos inquiete para jamais pararmos de viver, que nos irrite e critique para vermos que não somos perfeitos, queremos alguém que possa nos contrariar muitas vezes e ainda assim ser capaz de fazer nossa alma querê-lo ao nosso lado, precisamos de alguém que nos faça sentir estar no céu e no inferno ao mesmo tempo para que sempre lembremos que estamos na terra, essa possibilidade de sentir a mais variada gama de sensações e sentimentos que nos estimula a viver, então busquemos um outro que nos permita VIVER!