Há quem passe a vida, por detrás de muros
Pensando ser seguro, calmo, tranquilo.
Como água impura e morna.
Há quem se diga imune às tentações do mundo
Aquelas que divergem do convencional
Ou aquilo que nomeiam como normal
Há quem viva o nada e por nada viva.
Que não vê a estrada, que não ousa ir
Que olha o horizonte e inerte fica
Sem saber ao certo o que há de vir.
Há quem viva de medos, prantos e lamúrias
Triste, atordoado
Infeliz, magoado
Muro de lamentos
Há quem se entregue ao vício, única saída
Para quem vê na vida, fato consumado.
Mas, o certo...
O tempo
Esse não espera!
E leva, consigo essa inconseqüência.
Quando se percebe...
Perde-se a vida,
Sonhos, sentimentos.
Bruto desalento, lamaçal de dores.
Não há de ter sentindo percorrer a vida
Que ligada ao tempo
Também não espera.
Há de se fechar os olhos em um instante
Sem deixar, contudo, o que lhe alimenta:
A saudade eterna!
Bons e maus momentos
Mas, lembranças ternas
De que há na vida mais do que horizontes
Almas que transformam, mudam a história
Marcam por que foram sem deixar-se ir.
Tenho nas lembranças essas almas ternas
Que a mim deixaram mais do que heranças
Uma certa força, uma ansiedade
Uma segurança...sonhos e esperanças.