A MORTE DO AMOR

O amor nunca morre de causa natural, porque morrer de causa natural para o amor é impossível. O amor não morre porque o coração deixa de bater num infarto fulminante, não morre porque nos acidentamos de carro, porque afogamos ou nos destruímos. Um amor morre de causas que ultrapassam essas fatalidades. Um amor morre porque, simplesmente, nós deixamos de alimentá-lo. Definitivamente, um amor morre pelo ciúme, pelos erros, mentiras e traições. Um amor morre pela falta de cumplicidade, pela falta de palavras, pela falta de carinho e de compreensão. Um amor morre pela falta de comprometimento, de agradecimento e de perdão. Um amor morre pela falta de boas idéias, pela falta de compromisso e pela falta de atitude. Um amor morre pelas guerras que passa, pela soberba que enfrenta, pelo envaidecimento de vive. Infelizmente, essas pragas ferem, adoecem e consomem o amor; aos poucos se tornam feridas na alma e no espírito, se tornam doenças irremediáveis e incuráveis. O amor morre porque deixa de amar, porque deixa de trilhar a própria vereda do amor. O amor morre – silenciosamente – de exaustão e da falta do brilho de amar.