Ladrilhos da gente

Ladrilhos da gente

De uma segunda-feira

a uma sexta, o que há é uma

secura extensa

de sóis,

que vão e tornam

sempre no mesmo ritmo

mas nunca na mesma cor

e eu que finjo pensar

profundamente

sou a mais simples

de toda a gente

que pisa na terra dos sóis

Passam pernas em passos rápidos

para poder batucar no chão

com a sola dos pés

com as palmas das mãos

- porque segurar a cabeça

dói como crescer sem dormir -

e mesmo que a gente esqueça

o piso firme é pelante

e é necessário pular

pois nem a flor que nasce adiante

aguenta e morre logo, assim...

mas a gente boa daqui

supera e persiste

porque quando teima

vai até o fim

e se o fim da vida é a morte

a gente tenta e pode

viver, enfim

mas não conformado

porque isso é pecado

sem discussão !

Laís Mussarra

Laís Mussarra
Enviado por Laís Mussarra em 24/07/2006
Código do texto: T200862