Garantia à liberdade de pensamento

O pensar, a ação de mais impacto em nossos dogmas e mais sorrateira, silenciosa, pode incitar outras grandes ações, verbos como matar ou amar. Opostos tornam-se sinônimos, basta um pensar, a base lógica ou ilógica para construir qualquer outra construção que se dê sequência, mas e como não perder a estribeira? Numa sociedade onde pecamos por pensamentos e palavras, fica difícil ter a liberdade de pensamento sem conflitos dos mais profundos dogmas. Eu diria que com auto-restrições, pequenas regras que resultam em grandes atos.

Com restrições, ficamos cientes de que por mais que pensemos sobre algo, não mudará nossa atitude. Um dos meus grandes exemplos práticos é de aversão às drogas; eu digo não, irrefutavelmente, posso assim pensar tanto a favor quanto contra, sei que não mudará minha decisão, por mais que minha lógica leve a crer que não precisaria da repugnância. Talvez assim, consiga buscar sempre a melhor defesa argumentativa para estas restrições, quando penso a favor dos entorpecentes, por exemplo, surge sempre o pensamento, então por que não usar? O medo de não ter uma resposta desaparece por causa das auto-restrições, como regra, não usarei de maneira alguma, com resposta ou sem resposta. É por isso que tenho tanta aversão, para tornar-me um forte, pura força psicológica, ter uma restrição irrefutável.

Dei minha restrição como exemplo, mas talvez possam ter outras, nunca refleti pequenas regras que resultassem em tão grande ato como a minha. Talvez os mais poderosos religiosos têm como restrições irrefutáveis as regras de Deus, assim podem contestá-las à vontade, sem temor de descrença nas mesmas, por mais que eles contestem sabem que incondicionalmente serão fiéis à regra; considero-os, pois, fortes. Força psicológica. E ainda com tais contestações, argumentações e contra-argumentações, vão tornando forte a própria crença. Eu creio que drogas não levam a nada e tenho fortes argumentos que defendem isso, assim como os mais poderosos religiosos devem conseguir argumentar sobre suas crenças. Quanto aos drogados e ateus: fracos.

(Matheus Santos Melo)