Quando o meio pede um fim.

É triste morrer jovem, é verdade. Mas às vezes é preciso.

Quando não só você, mas a sua vida espera por um breve desfecho, pois ambos já não suportam mais passar pelas quatro estações do ano e nem as suas respectivas sensações. As flores já não têm mais o mesmo perfume de antes, aquela música já não te causa mais arrepios, o final daquele filme não te faz mais chorar... Acabou o prazer, já não há mais o que gozar; e ali está você empacadono que deveria ser o meio de sua existência, a metade de sua vida.

Eu sempre quis conseguir dizer às pessoas "não se matem", dizer que "vai melhortar e que nada é tão ruim que não se possa mudar" E eu só não consegui e não consigo dizer tais coisas por eu ser eu mesmo; por ser quem eu sou. POis quando o meio pede um fim é inevitável, porque o que importa é o agora e ninguém quer saber se amanhã vai fazer sol, porque mesmo que o amanhã chegue, ele vai passar e se tornar apenasmais uma lembrança. A liberdade que eu pensei que um dia fosse me salvar, fez foi se voltar contra mim e me engolir por inteiro; não há liberdade porque eu nunca me permiti ser livre, eu nunca me permiti pertencer a mim mesmo, por medo e por insegurança.

São duas décadas a duração do meu filme, e agora, que sentei para revê-lo, o meio pede um fim.

Não que eu seja um expectador muito chato, mas esse filme não me escita, e o meio está longo demais. o fim de tudo, inclusive disso aqui, tem que ser agora.

William Telles
Enviado por William Telles em 29/01/2010
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