SÓ NA RELIGIÃO HÁ MORALIDADE

Comumente pensa-se que moralidade independe de religião. Todavia, isso não é um fato, pois sem o padrão de moralidade imposto pela religião cada indivíduo determinaria seu próprio conceito de moral, o qual seria então variável, pois dependeria do ponto de vista de cada um, que seria de acordo com aos interesses individuais.

Somente um código moral de abrangência universal foi concebido ao longo dos tempos e não pelos seres humanos, senão teria milhões de artigos que seriam impossíveis de serem conhecidos de todos. Esse, porém, só tem dez e só não é conhecido de quem fecha os olhos e os ouvidos para não conhecê-lo. Trata-se da Lei Moral dos Dez mandamentos, que Deus deixou grafada na Bíblia. Todos os outros códigos dizem respeito a civilizações particulares, mas o código de moral dos Dez Mandamentos possui padrão de moralidade acima de todos os padrões das civilizações, capaz por isso de satisfazer e bem reger a todas, haja vista que é ainda hoje a base da moral ocidental. Todavia, vem sendo desprezado e esquecido gradativamente nos últimos tempos, justamente quando vê-se forçar cada vez mais nas câmaras legislativas a criação de leis em defesa da promiscuidade e laicização extrema. E justamente neste tempo vemos o conceito de moral da sociedade humana esvair-se.

O padrão de moralidade do código dos Dez Mandamentos de Êxodo 20 baseia-se unicamente no caráter do Deus Criador de todas as coisas, o qual é Pai de todos e seu interesse abrange a tudo e a todos. Por esse interesse que possui por tudo e todos, Seu caráter é infinitamente superior ao dos humanos (que se interessam unicamente por si), sendo também imutável, portanto, incorruptível. Por isso, em média, o conceito de moral dos não crentes é infinitamente inferior ao dos crentes (ressalvando, naturalmente, as diversas doutrinas religiosas). Naturalmente que também nos crentes os níveis de moral variam, pois o nível de cada indivíduo depende do grau de consideração que ele tem pelo Legislador. A maioria dos cristãos de hoje até abole parte ou toda a Lei Moral dos Dez Mandamentos. Alguns chegam ao cúmulo de presumir que Deus apóia a desonestidade dos ditos crentes, pois eles são Seus filhos por dizerem-se crentes. Entretanto, se Deus criou a tudo e todos, todos são Seus filhos e Ele prima pelo bem-estar de todos. Sua bondade, porém, consegue atingir mais aos que se mantêm próximos a Ele e praticam Sua vontade, sendo que muito dessa bondade é produzida pela mera obediência. E tal vontade diz respeito também a honestidade a qualquer custo, pois desonestidade prejudica um filho a despeito que pode aparentemente beneficiar a outro. Todavia, a bondade de Deus jamais resulta em prejuízo de um para beneficiar outro. Sempre que é assim, mesmo que se faça em nome de Deus, não tem a chancela dEle e o que assim procede o faz por sua própria conta e risco e responderá por isso no juízo.

Para exemplificar a diferença de nível moral entre os crentes e os não crentes, os não crentes, muito mais que os crentes, não se compadecem dos miseráveis porque acham que moral e correção é simplesmente ser correto e não ser prejudicial a sociedade, quando no conceito de moral de Deus o correto é fazer diferença para a sociedade, contribuindo para a sua melhoria. Logo, o conceito elevado de moral de Deus determina que as condições de vida dos nossos semelhantes nos diz respeito, bem como reza sobre igualdade, equivalência, pesos e medidas, etc., o que trata de salários, preço ao consumidor, roubo do dinheiro público, lei de oferta e procura e assim por diante.

Estes foram apenas alguns exemplos com vistas em mostrar que não basta sermos honestos e manter-nos indiferentes para a exploração, o abuso e a extorsão, bem como para a dor, a doença, a fome e a miséria ao nosso redor. Se pretendemos que somos moralmente corretos, temos que tomar consciência de que moral diz respeito aos direitos e bem-estar de todos e zelar por isso não é atribuição do Estado e dos órgão sociais, mas sim de cada indivíduo, pois os Estados e os órgãos sociais agem em correspondência com a vontade dos indivíduos que os constituem e, embora o Estado e todos os órgãos já estavam aqui quando chegamos, eles só permanecem como são porque nós permitimos. Portanto, eles não podem mudar as condições do mundo, mas nós podemos porque somos sujeitos e não instrumentos, como eles são.