Cada Sorriso

Cada Sorriso

Cada sorriso em minha memória, cada história em minha vida, cada pessoa, cada sentimento, cada momento. Todas as coisas que tiveram vida e ganharam forma, cada vontade que ao ser mostrada se formou presente, e cada sonho, cada aceitaçao, cada descoberta... foram a marca de um tempo, tanto tempo, e as vezes o proprio tempo nao tem sentido, e nao foi o tempo, entre tantas coisas que nao se ve, nao se viu sequer, nao se conta ou estipula, foi a sinceridade, as vezes o medo, as vezes a esperança, e foram tantos coraçoes, tantas vidas, tantas alegrias a se buscar, perseguidas, desfrutadas, compartilhadas... e foi tanta disposiçao, tanto interesse, nao tem tamanho, é grandioso. Cada sorriso foi um convite, cada aceitaçao uma descoberta, cada descoberta um novo mundo, e em cada mundo inumeras possibilidades: amor, amizade, carinho, honestidade, confiança, compreensao, partilha, humildade, tristeza, decepçao, desperdicio, descompasso, medo,apatia, e tantas outras coisas... nada é perfeito se buscarmos tal perfeiçao, nada é eterno se quisermos viver algo que nao tem sentido, nenhum sentido precisa ser explicado, pois só faz sentido se puder ser compreendido, e nao se diz... nao existe lógica, nao existe nada que queiramos que exista por algo mais, existe a pureza de encarar de frente aquilo que de fato é, e vermos quem de fato somos... e quantas pessoas podem nos enxergar, nós podemos faze-lo, o quanto de nós habita em cada olhar nao posso dizer, seria audácia, e se dissesse que sou pleno seria triste, seria pouco, apenas quis ver como tudo seria, nao esperei muito, e muitas vezes nao esperei coisa alguma, aceitei o que presenciei, olhei da forma mais desinteressada possivel, mas nao acaba em mim, olhos limitados veem apenas a limitaçao, e limitao a si próprios. Busca-se saber quem se é, pois como poderiamos buscar algo alem se nao temos sequer o que esta aqui, devemos ter algo para compartilhar, mas nada é sobre dever, é sobre capacidade e disponibilidade de abrir a porta, é sobre ser, ser nao grande ou pequeno, belo ou feio, ou bom ou ruim, mas ser de fato, e ser com naturalidade, aquilo que nao é natural nao encontra a felicidade, pois está preso a correntes que nao permitem que seja feliz, entao nao se faz o que se gosta nem se expressa o que se é, é triste, mas tudo reflete a mim, cada palavra, refletem a todos, um espelho universal das características humanas, e a humanidade foi tao sofrida, mas foi feliz e ainda existe, nós existimos, e quantos erros, deveria dizer que eu erro, errei desde o dia em que pude fazer escolhas, e eu posso dizer isso, tudo o que imaginei, tudo o que deixei passar, e pensei até no que iria dizer por muitas vezes nao saber o que falar, e quantos julgamentos virao a mim além do meu próprio, qual o grande mal que definha os coraçoes, qual o grande desprezo que despreza o sentimento e corroi a identidade, tanta maldade, e tanta bondade, tanta intensidade empregada na necessidade de expor a vitalidade das almas, dos corpos, das vontades, há tanto a se ver e aprender, a dizer, a ouvir, a errar e acertar, e o que de fato se vale a pena buscar em cada um de nós, o quanto somos capazes de aceitar alem de nós... Cada sorriso aqueceu o meu coraçao, além do frio que meu corpo sentia, nem todos sorriam e tao poucos puderam perceber quem estava ali, tanto foi negado e tanto foi temido, e mudou, ao tempo e ao olhos, se modificou, o meu sorriso timido se perdeu e quase ninguém viu, erro meu, restou apenas aquela semente que cada um de nós plantou... quantos solos pudemos escolher... para regar o sorriso que hostilidade nenhuma pode desfigurar... por todos os sentimentos que pudemos cultivar...

Anderson Ribeiro
Enviado por Anderson Ribeiro em 18/02/2010
Reeditado em 08/10/2010
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