CAÍDO

Quem és tu, ó deus proscrito?

Tiveste a queda anunciada ou fostes do éden banido como um adão nu?

Ah! Sina triste do homem que causa ciúme aos anjos...

Seu único amigo seria aquele que antes dele aqui veio exilado por própria vontade?

Duvido!

O Paraíso ficou vazio...

E noutro engano da mente pensa ser ele o máximo da criação...

Há que se rir não fosse...ilusão.

Poderia dizer que é um deus não fosse a sua fome...sede,

seu medo, sua ambição.

Caído ainda tem orgulho esse homem que pensa e não vê sua maldição.

Esquece a humildade, a mercê, deturpa o amor e o perdão.

E uns poucos que conseguem enxergar, tentam até o mostrar, sem muito sucesso, ó perdição.

E os deuses rastejam, na própria ignorância, jactam-se de honras e glórias impróprias escondendo-se na escuridão.

Velam insones por dias melhores, carrascos de seus irmãos.

Lutam pela paz na terra e semeiam guerra nos corações.

Quem são os filhos da luz guerreiros em ascensão?

São filhos e filhas da terra que os pare e acolhe em contrição.

São os herdeiros da verdade, ainda recolhidos em sua prisão.

São os cegos da humanidade a espera de libertação.

Ó homem, quem és?

Um deus proscrito, anjo banido, guerreiro, bandido, santo, inocente ou pecador?

Quantas vidas, quantas mortes, de quantos mundos serás viajor?

Voltas ao centro e olha para dentro

Encontra tua essência

ou não te admires que

os anjos chorem por verem deuses tão baixo caídos...