Afinidade, Amizade, Responsabilidade

Eu acredito em afinidade, e em minha cabeça não é nada místico.

De repente, acontece a identificação, a empatia. Eu me reconheço na outra pessoa, ou simplesmente consigo entender aquilo que ela tenta expressar.

Acontece assim, e daí nasce algo que é forte como correnteza em dia de chuva: a AMIZADE - lembrando que a comparação com a água não é casual, pois ambas (água e amizade) são preciosas, vitais e escassas.

E a amizade só ocorre quando eu percebo o outro. Quando eu olho além da aparência e da primeira impressão. Quando olho no olho e vejo o coração.Por isso, acredito que a qualidade da amizade depende não só do outro ser amigo, mas também de eu querer e conseguir enxergá-lo como tal.

E aí, começo a pensar que o problema da escassez pode ser meu, e não do outro. Está difícil encontrar amigos porque a minha exigência vem aumentando, e eu procuro pessoas perfeitas, leais e compreensivas como nem eu sou.

Quando liberto o outro da minha expectativa, eu descubro seu valor real. Vejo seu coração, e posso ter empatia, viver a afinidade, ainda que parcial.

E daí pode surgir a força que move a correnteza, a amizade.

Penso ser por aí...