Dois pesos e duas medidas

Comentário:

Quando Ghandi fazia greve de fome em defesa da libertação da Índia, o mundo parava e por isso ele fez escola. Cada caso, porém, é um caso em particular e nada se compara à grandeza do que Ghandi fazia. O jornalista cubano chama a atenção estrangeira para o que acontece em seu País, porque se sente impotente lá. O Presidente Lula foi no mínimo infeliz na declaração veiculada - por que não ouvir as duas partes? Somente a interferência externa permitiria isso. Ninguém colocaria sua própria vida em risco por algo banal. Já que Lula é amigo da família Castro, por que não facilitar o diálogo para trazer à tona a verdade dos fatos e a negociação viável e conciliadora para os interesses dos dois lados - de forma justa e humana? Se neste momento ele fosse candidato e não Presidente da República adotaria a mesma postura neste caso? Provavelmente não. Sem julgar, mas emitindo uma opinião, acho que Lula deveria colocar-se no lugar do outro e lembrar-se do seu passado antes de raciocinar fria e administrativamente como está fazendo agora - apoiando abertamente o "companheiro do Poder" em detrimento dos, talvez, "verdadeiros companheiros de luta por um ideal justo". Se estão certos ou não não é outra história... como tudo que a História registra! Quanto à comparação que fez com criminosos brasileiros, só posso usar a linguagem vulgar (ou teen) para classificar isso: "Viajou na maionese!"

Lourenço

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Publicado em: 10/03/2010 08:56

Jornalista mantém greve de fome e critica Lula por apoio ao regime cubano.

O jornalista cubano Guillermo Fariñas - em greve de fome há 15 dias pela libertação de presos políticos - encontra-se fraco e desidratado. O quadro de saúde foi confirmado pelo próprio jornalista, em entrevista à agência de notícias France Press, na última terça-feira (9). Fariñas, porém, disse que mesmo debilitado, levará a greve de fome "até as últimas consequências".

"Estou muito fraco, mas não tem volta, não recuo. Vou até as últimas consequências", disse. O jornalista, dono de uma agência de notícias em Cuba, faz greve de fome em sua residência, na cidade de Santa Clara, pela libertação de 26 presos políticos que estão doentes.

O jornal oficial de Cuba, o Granma, classificou a atitude de Fariñas de "chantagem inaceitável".

Segundo Ismael Iglesias, médico particular do dissidente, Fariñas "está muito desidratado" e com "uma constante dor de cabeça". "Sua condição física se deteriora e a partir de amanhã (quarta-feira) poderá sofrer um choque a qualquer momento", advertiu Iglesias.

Também na última terça-feira, o presidente Lula pediu que as pessoas respeitem as leis cubanas quanto às prisões políticas e chegou a comparar Fariñas a criminoso.

"Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas", disse Lula. "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação".

Para Fariñas, ao classificar de "insanidade" a greve de fome, Lula "demonstra comprometimento com a tirania dos Castro (Raúl e Fidel) e seu desprezo com os presos políticos e os familiares dos presos".