DESABAFO...

Vivo perdida meio a um vazio

Nada parece ter sentido nem por que

Olho ao meu redor tudo é tão igual... Uma mesmice

Ou devera eu quem mudou.

Talvez o tempo

Tenha me tornado mais exigente

Com gostos diferentes

Mais refinado, ou pertinente.

Sinto saudades...

Da tal felicidade

De tempos de outrora

Coisas que não voltam... preciso esquecer

Hoje dei por mim

De que a vida te desaponta

A sua vontade não conta

Falta definição por fim

A vida é uma via expressa

E eu sigo na contra mão

Sei que tenho que voltar

Mas não consigo

A vida é cheia de incógnita

Mas viver é preciso

Às vezes chego a um limite

Que começo a duvidar

Passo a ser

Escrava de tudo

Até mesmo da solidão

Não tem solução.

Quero reagir

Mas algo me trava

Talvez me falte coragem

É a covardia a me impedir

Estranha combinação de decisão

Entre o querer e o poder

Entre ficar ou se ir

Entre morrer ou viver

Prefiro viver

Até por que

Não sei fazer tipo

Pobre coitada

Mas como descartar

As coisas que me incomoda

Jogamos fora objetos

E pessoas... Faz-se o que

Quando não se tem como dispensá-las

As pessoas deveriam

Vir com selo de qualidade

Ou com prazo de validade

Seria mais fácil assim

Eu conheço um alguém

Que já estar com certa idade

E sempre me diz assim:

Já passei do prazo de validade...

Agora o que vier daqui para frente

É lucro!

Parece um tanto sarcástico

Mas é a pura realidade

Estou longe de chegar a sua idade

Mas começo achar que faz sentido

São apenas vagos pensamentos...

Não sou de entregar os pontos

Brigo até o ultimo instante

Por aquilo que acredito

Ou o que escolhi para mim.

Como se diz: tudo vale apenas

Se a alma não é pequena

E a minha não o é

Prova disto que estou aqui

A conquistar um espaço

Que não pensei conseguir

Mas, sinto-me por vez tolhida.

Dos meus direitos... Invadem meu espaço.

Fico com pés e mãos atados

Sem ter muito que fazer

O jeito é esperar

Quem sabe rezar

Para que algo aconteça

E tudo venha a mudar

Que mude o rumo de minha vida,

Quem sabe eu consiga...

Ser Protagonista

Da minha própria história

Ao escrever

Tudo parece tão fácil

Tão simples assim

Você dirige... Começo,meio e fim.

Se viver é opcional!

Morrer é um fato... Não temos como fugir

Falo da morte

De forma pejorativa

Sofrer a morte na alma... Estando vivo!

Morremos... A morte civil

Privação dos direitos de cidadania

A morte eterna...

Privação... Da eterna bem-aventurança

Morremos...

Pela a destruição

Extinção, perdição

Pela a dor violenta

Estou...

A dois passos da morte

No leito da morte

A ponto de morrer

Mas não desisto...

Eu sou vida!

Existência da alma depois da morte.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 20/03/2010
Reeditado em 21/03/2010
Código do texto: T2148378