Cruz
Quero ser do tempo o pó
Aquele pó levado pelo vento
Que viaja sem pedir licença
Invade sua casa
Se acomoda por um tempo
Depois é tirado e posto para fora.
Depois entrar em outra casa
Ficar um tempo
Se a dona tiver um pouco de preguiça
Uma falta de tempo
Para me tirar da prateleira
E me colocar para fora novamente.
Nessa brincadeira de ser o pó
Voando pelo tempo, pelo espaço
Vou conhecendo as pessoas
Conhecendo suas vidas
Alegrias e dores
Problemas e suas soluções.
Talvez assim eu aprenda
Que todo mundo tem problemas
Que nenhuma vida é fácil
Que cada qual tem sua cruz
E não existe essa de disputar
Qual é a cruz mais pesada.
Cruz é cruz
Pesa do mesmo tanto
Tanto no meu
Quanto no teu ombro
Cada qual sabe
O quanto lhe pesa a sua.