A NOSSA BUSCA POR UM SENTIDO

Nos dias atuais vivemos, ou melhor, “sobrevivemos” num ritmo altamente acelerado que exige constantemente o alcance da excelência nos diversos papéis por nós desempenhados. Não basta que sejamos pais, filhos, amigos, profissionais, alunos. Mais que isso! Nossa cultura nos envolve de tal modo que nos diz não mais de modo subliminar, mas impositivamente, e a toda hora, que não podemos cometer erros, que devemos ser ótimos pais, o melhor amigo, o profissional mais competente, um amante à toda prova e, portanto, infalíveis.

Somos compelidos a uma muralha invisível, mas não menos real, que nos encurrala a tomarmos decisões. Fazermos escolhas sob pressão, sem sequer nos darmos conta do tempo de que precisamos para que entendamos o seu significado e as possíveis conseqüências em nossa vida.

Dia após dia corremos de um lado para o outro, buscamos méritos e honrarias, além da aprovação e aceitação de todos que nos cercam e nos exigem que sejamos sempre “bons”. Mas quem disse que devemos ser engessados assim? Quem será que determinou este padrão de conduta que preza pela inaltenticidade e falta de sentido?

Na Era Digital encurtamos distâncias, transpomos barreiras e alcançamos em tempo real a informação, de modo a unir povos em prol de um único bem, a “otimização do tempo”.

Ganhamos mas perdemos (que contradição). Perdemos as sutilezas, a delicadeza, a simplicidade e o sentido da nossa existência. Buscamos a todo tempo fórmulas prontas para “enquadrarmos” as pessoas. Assim, prescrevemos um maior numero de medicamentos em um curto espaço de tempo, a fim de curar essa angústia ontológica natural do viver e levar-nos a perder de vista a unicidade, a individualidade do ser, resumindo-nos a uma massa disforme, que corre contra o tempo, de um lado para o outro, em busca do que nem sabe querer encontrar.

Esquecemos freqüentemente que, embora sejamos semelhantes, somos seres particulares, dotados de uma subjetividade que se constituiu ao longo da nossa historia individual, das nossas experiências singulares e, portanto - embora semelhantes -, somos altamente complexos e únicos.

Talvez seja este o momento que tanto almejamos, o momento em que eclodirá uma mudança de paradigmas, onde passaremos a buscar o sentido da nossa existência pessoal e conseqüentemente alterar o nosso modo de ser no mundo.

Portanto... Esqueçamos as regras e sejamos a exceção, sejamos a diferença que tanto queremos ver e iniciemos um movimento inverso. O movimento para dentro de nós para a essência do nosso ser, valorizando desta forma as experiências vividas como parte fundamental para a tomada de consciência de quem nós somos, pra onde vamos, o que desejamos e do que precisamos para tornarmo-nos seres mais autênticos, em sintonia com nós e com o mundo à nossa volta.

“Desejo ver o mundo com os olhos do outro, e não ver o meu mundo refletido nos olhos do outro”

Rose Fialho
Enviado por Rose Fialho em 05/04/2010
Código do texto: T2178527
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.