Amarga Vida
Há um mar dentro de mim, água doce de cachoeira,
tempestade de afeto, conspiração de desejo,
submerso de doçura, com o fel de uma loucura
Vida, vida, amarga fel da vida. Amarga!
E num segundo a pensar, vejo passos sem caminhar,
no trajeto da ida e vinda, corro mundo traço o destino
de um mero vagabundo, corno impuro viajando da vida,
não sou eu o da aguaria, senhor desta romaria
sou puto homem sem rumo, mundo sozinho, sozinho no mundo.
ando sem caminho, velejo fora do mar,
água doce sem fervura; amargura. Doce amargura!
É guiado pelo vento, que ando nesse relento
brasa acesa dentro d'água, movo mundo não faço nada.
Choro a vida no medo que arde, não morro sem conhecer o que é vida de verdade.