Resgate da experiência estética

As necessidades da vida prática nos escravizam, a razão torna-se ilógica ao aprisionar as experiências estéticas e esquecer de alimentar a alma. A utopia da sociedade em que o apreciar e o respeitar o outro se impera fora varrido para debaixo do tapete que sustenta o querer além do sustentável.

O homem precisa reaprender a capacidade inerente de sentir-se a sí próprio e ao mundo num todo integrado. Sentir e compreender as próprias impressões e expressões do mundo exterior.

Não é a razão que difere o ser humano de outros seres vivos, é a capacidade de sentir e expressar que só pode se dar por intermédio da arte, o fazer artístico que é o elo central da existência humana. Todo homem é um artista em sua atividade criadora. É necessário, assim, deixar o processo de fruição livre nas experiências estéticas em que propiciará uma relação mais intimista entre o mundo externo e o indivíduo.

Experenciar o mundo pelos sentidos é anterior a qualquer conhecimento racional, antes de o codificarmos, sentimo-lo. Assim aguçar a capacidade sinestésica dos sentidos é compreender e estabelecer uma relação social de respeito mútuo com o nosso meio. Voltar o pêndulo para o centro onde o sonhar e criar é possível.