Tolo Desejo

Quando somos crianças queremos crescer para nos tornar adolescentes; quando nos tornamos adolescentes vemos o mundo de uma forma mais maliciosa e não aceitamos mais ser crianças mesmo não sendo nem crianças, jovens ou adultos; quando chegamos na juventude vemos o mundo tão pequeno e queremos abraçá-lo com as pernas já que temos fôlego para tal. E, nas horas melancólicas da nossa juventude sentimos saudades dos tempos de infância e adolescência, onde éramos felizes e não sabíamos.

Então, procuramos obter mais sabedoria, queremos ter mais experiência.

Quando chegamos na fase adulta a qual damos o nome de fase madura, continuamos desejando que o tempo passe logo mesmo sentindo as mesmas saudades de quando éramos jovens sonhadores.

Mas onde o tempo vai parar?

Nossa saudade é constante mesmo que passe desapercebida por nós, porque temos rensponsabilidades bem maiores agora, coisas que não tínhamos no passado. E essas preocupações podem nos deixar distantes, muitas vezes, da nossa velha saudade - inimiga presente, pois nos afasta da felicidade, coisa que também procuramos a vida inteira.

Passa hora! É o que exclamamos quando o serviço está chato, que a nossa ansiedade nos aflige - como se obrigássemos mesmo que Tempo passe depressa.

A velhice vem. O nosso corpo já não tem mais a mesma vitalidade de antes. Agora ele se tornou fragilizado, mas a nossa mente está forte, lúcida, cheia da sabedoria que tanto procuramos. Aí vemos que não sabemos tudo, que ainda temos muito que aprender, que o tempo passou e que não vamos chegar a ter o verdadeiro conhecimento e nem a verdadeira felicidade, porque ainda não conseguimos combater a antiga inimiga denominada: Saudade - a mesma que é aliada da Ansiedade.

Agora o nosso desejo é que o tempo retroceda, para que voltemos a ter o corpo vivaz de outrora. Mas por que desejamos tanto uma coisa e quando a alcansamos não queremos mais? Somos levianos? Talvez seja o medo, porque sabemos que quanto mais o Tempo passa mais próximos estamos da nossa morte e ninguém deseja morrer.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 17/04/2010
Reeditado em 11/05/2010
Código do texto: T2202883
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