Uma Alma Gentil e Engaiolada

Fico triste ao perceber que por trás das cortinas que muitos se escondem, habitam almas repletas de luz. Seres que possuem capacidades infinitas de ajudar, fortalecer, acalentar, amar... Mas a visita das ventanias tristonhas engaiolou os seus corações.

Não me conformo em ver essas pérolas fragilizadas pelas marcas do tempo e traumatizadas pelos acontecimentos da vida.
Se pudesse abraçá-las e mostra-lhes o devido valor que possuem. As pegaria pelas mãos e correria ao encontro do sol que nasce. Apontaria na direção dos horizontes e tentaria fazer os seus olhos mirarem os mimos que DEUS nos presenteou.

Mas arrancar os monstros que as perturbam no silêncio das madrugadas... É uma função que só elas podem desenraizar.
O que posso fazer é falar que não existe sofrimento que não possa ser superado quando o coração está de portas abertas para seguir novas passagens.
Que nada foi inútil e que até mesmo diante das desventuras, retiramos ensinamentos fecundos.

Não vivi, nem vivo um contos de fadas... Eles não existem. Tenho os pés no chão, mas também sei flutuar em meus sonhos.
Meu sorriso também se transforma em lágrimas, na minha existência já passei por desafios e perdas irreparáveis. Todavia aprendi com o tempo a buscar e preservar todos os dias a paz interior.
Solto o verbo diante dos que me machucam, e também sangro muitas vezes sozinha na escuridão do meu quarto. Cresço com o tempo que me é presenteado e tento ver Luz em todos que cruzam o meu caminho.
Sou de natureza frágil a maior parte do tempo. Mas sei virar uma leoa nas horas de enfrentar as batalhas do mundo.
E sempre retorno ao meu sorriso, ele é o bálsamo que atrai as maravilhas que recebo todos os dias.

Curtir cada segundo com sabedoria e sensibilidade é a melhor forma de sentir-se vivo e fazer algo que traga AMOR e alegria ao próximo e principalmente a nós mesmos.
Ajudar os que estão rastejando na poeira da estrada é erguer mais um degrau nas escadas que conduzem ao mundo que todos sonham ser o paraíso ideal.
Não posso te obrigar a voar, mas posso abrir à gaiola e mostrar o céu esperando o vôo de mais uma alma gentil que estava aprisionada.


Didinha Albuquerque
Enviado por Didinha Albuquerque em 22/04/2010
Reeditado em 03/06/2010
Código do texto: T2211581
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