(In)sanidade
Cancele todos os seus compromissos, planos, o que quer que tenha marcado, agendado, pré-estabelecido.
Desista dos sonhos, esperanças, lutas, conjecturas, visões...
Não existe manhã
O futuro se perdeu
E o hoje acaba de acontecer sem continuidade.
Suspenso no tempo fica o momento que não houve...
A saudade do que não foi...
A vontade do que poderia ser.
Esqueça!
Para o cego não importa se é dia ou noite.
Coração que não bate por amor é casca vazia sem razão de existir.
Corpo sem alma, jazigo obscuro indiferente á luz... ou á treva.
O fio da vida corroído se desfaz enquanto espera
E tudo que valia a pena morreu antes mesmo de sua concepção.
A mente demente presa de si... presa de ti, debate consigo mesma.
Nenhum som tem razão ao surdo/mudo.
Pare! Não há caminho, nem atalho.
Apenas o vazio, imenso, profundo, intenso vazio sem fim ou começo.
E o nada, inexistente, tomou forma e substancia, e engoliu a semente.
Ignore!
A sanidade perdeu o senso, e nem mesmo o caos irá explicar sua ciência,
consiencia,
inconsistencia.