Justiça Divina

O que é justo? O que é ser justo? O que é injusto? O que é ser injusto?

São perguntas que permeiam nossas mentes todos os dias.

Alguém pode ser extremamente injusto e entender que agiu com justiça. Outros podem agir exatamente de forma contrária.

No mundo de hoje, onde as pessoas buscam seus próprios interesses, justiça tem diversas formas de manifestação. E, ainda, para algumas pessoas, vários significados.

A “Justiça”, institucionalizada pelo Estado, chamada de Poder Judiciário, representada pela figura do Juiz, está, muitas vezes, longe de praticar justiça. Cotidianamente, tem-se notícia dessa ou daquela decisão, em que uma parte sai vitoriosa e a outra derrotada. Em qualquer situação, não deveria haver vitoriosos e derrotados. O resultado de submeter alguma discussão à “Justiça” e aguardar uma solução de um terceiro, isento, deveria ser a satisfação das duas partes. Nem sempre isso acontece.

Algumas vezes, claro, não se pode radicalizar, as partes envolvidas saem felizes com a solução alcançada e, mais, satisfeitas por terem os seus interesses atendidos, mesmo que um tenha que abrir mão em prol do outro.

Longe de criticar ou defender qualquer instituição, pois não é esse o interesse nesse momento, no nosso dia-a-dia, podemos, muitas vezes, agir, mais ou menos, da mesma forma que age o Poder Judiciário.

Tomamos decisões diariamente. Decidimos acerca da vida de nossas esposas e filhos e quase não nos damos conta disso. Nessas decisões, acabamos adotando um entendimento que nem sempre atende aos que estão à nossa volta. E, nesse momento, criamos um mal estar, que acaba por refletir em nossas relações familiares. É lógico que a harmonia no lar deve ser o objetivo de todos nós. Mas não é esse o ponto.

Como decidir, numa discussão de filhos, qual é o que está com a razão? Numa discussão com a esposa, como saber quem está certo.

Vivemos pelas nossas próprias convicções. Convencidos de algo, passamos a agir sob esse entendimento e, muitas vezes, não nos damos conta de que podemos acabar prejudicando o interesse daqueles que estão conosco todos os dias. De qualquer forma, a nossa própria justiça é falha.

Sou justo ou injusto? Como diria o outro, “eis a questão”.

Deus é justo. A bíblia nos ensina que Ele é a expressão da justiça.

Entendo que agindo conforme os princípios bíblicos, teremos a oportunidade de expressar justiça, com amor.

O livro de 2 Samuel nos demonstra que Davi, homem de Deus, pecou. Deus, na sua infinita misericórdia, o perdoou.

Davi, homem de Deus, pecou novamente. Por amor a ele, Davi, Deus lhe deu a oportunidade de escolher dentre três punições: “sete anos de fome sobre a terra de Davi; fugir Davi de seus inimigos, por três meses; ou que viesse, por três dias, uma peste sobre a terra de Davi. Davi, homem entendido que era e temente a Deus, conhecer do Seu imenso amor, preferiu estar debaixo da mão de Deus. Assim, Deus mandou a peste sobre a terra. Quando o anjo de Deus, após já mortos setenta mil homens do povo de Davi, estendia a mão para destruir Jerusalém, cidade de Davi, Deus se aplacou da sua ira e determinou ao anjo que não mais continuasse.

Como entender essa justiça? Não havia um pecado e Deus contra ele se levantou? Para compreender essa justiça, não precisamos entendê-la, mas, sim, praticá-la.

Justiça deve ser aplicada com amor. Para se ter uma atitude qualquer em relação a essa ou aquela pessoa, devemos ter, antes, amor por ela. É tão simples, que parece loucura. Jesus Cristo, inicialmente, quando preparava os seus discípulos, ensinou a eles que amassem o seu próximo, como eles, discípulos, amavam a si mesmo. Posteriormente, num outro momento, quando os discípulos já estavam preparados para pregarem o evangelho, Jesus os ensinou que eles, discípulos, deveriam amar ao próximo como Ele, Jesus Cristo, os amou, a ponto de morrer por eles, discípulos, e por todos nós.

Num ato de grande injustiça, pelo menos aparentemente e para alguns, Jesus foi crucificado na cruz do calvário.

Para aqueles que Nele crêem, foi a justiça de Deus sendo aplicada, novamente, por amor. Não que Deus não amasse Jesus Cristo, mas “Ele nos amou de tal maneira, que entregou o Seu Filho por nós”. Demonstrou, assim, infinita justiça, para aqueles que, no pecado, eram injustos.

Como dito, a justiça de Deus não precisa ser compreendida, deve ser praticada.

Deus é amor. Deus é justiça.